segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sobre Deus, família e outras coisas...

Minha analista em nossa última sessão este ano, fez uma retrospectiva de nossas consultas e do que foi o meu ano, ela me disse que, comigo aprendeu muitas coisas e que fui uma das pacientes mais fáceis ao mesmo tempo, pela riqueza de detalhes que passo das situações que relato, a tal ponto que ela conseguisse entrar "no fantástico mundo de Rafa"...
Adoro observar comportamentos, analisar situações e muitas vezes me sinto a própria Amelie Poulain...
No bairro onde moro, estão sendo construídos muitos edifícios novos, então aos finais de semana, toda esquina tem pelo menos umas duas pessoas distribuindo planfletos destes imóveis, nos sinais, o que me revolta é que alguns estão vestidos de palhaços. Palhaços com um sorriso tão triste que consigo sentir a dor deles. Mas foi em um domingo em que eu voltava pra casa depois de um delicioso almoço em um bom restaurante, que vi uma dessas pessoas sentadas nas escadas de um supermercado, comendo seu almoço em um potinho plástico, então Amelie Poulain (eu) fiquei imaginando aquela comida fria, quem havia preparado, provavelmente no dia anterior, pensei que aquele seria um bico que aquela pessoa estava fazendo, para ganhar alguns trocados a mais e conseguir sustentar a família. Voltei pra casa triste...
Quando vim para Curitiba, também fiz alguns bicos pra aumentar a "renda", vendia roupas, bijuterias, trabalhava no final de semana como recepcionista em restaurantes e mais de uma vez comi X-salada de R$ 1,30 porque do contrário não teria dinheiro até o final do mês, foram dias difíceis. Hoje tenho certos confortos que na época não tive, mas trabalhei duro, trabalhei muito para chegar onde estou, mas também acredito que havia sempre um dedinho de Papai do céu nas horas mais difíceis.
Algumas pessoas preferem dizer que temos sorte porque temos uma vida confortável, as pessoas não procuram saber tudo o que passamos até chegar ali... Algumas pessoas costumam jogar em Deus a culpa da vida difícil, eu prefiro acreditar que é Ele que está sempre ao meu lado me ajudando a derrubar cada barreira.
Na última sexta-feira, quando sai do trabalho, tinha que atravessar a BR, com o carro, eu tenho duas opções, entrar na primeira que faz o caminho mais longo, porém que é mais fácil de se entrar e tenho a segunda opção, que é entrar na BR que é muito mais movimentada. Eu sempre faço o caminho da primeira opção. Na última sexta, havia uma carreta carregada com um container ao meu lado, iamos atravessar a primeira BR, minha amiga ao meu lado disse, quando ele (a carreta) for, você vai também. Mas eu não fui, fiquei esperando que ele me deixasse ver os veículos que vinham na BR. Enquanto estavamos ali paradas, vimos a nossa frente um caminhão cortar a frente da carreta e destruí-la! Eu poderia estar ao lado dela, eu poderia não estar escrevendo este post hoje... Mas estavamos lá apenas vendo o que acontecera... O que mais me impressionou foi minha calma, não senti pernas tremendo, não fiquei chocada, vi que estava tudo bem com o motorista e fui para casa... Claro que houve a cautela de minha parte, mais eu, Rafaela acredito que havia no meu carro um passageiro Especial...
Então ontem fui à missa, apenas pedir a Deus, que continue sempre ao meu lado e das pessoas que amo, agradeci pelo quanto ele me abençoou nesse ano inteiro e lamentei por passar este Natal longe da família que amo tanto!
Agradeci porque tenho aqui em Curitiba, também uma família, de amigas, que escutam o relato de um dia ruim, que me abraçam quando quero apenas chorar e não pronunciar nenhuma palavra, que dão risada das besteiras que falo e que se preocupam comigo, nas mais diversas situações...
Então diante disso só posso acreditar que viver é sim uma dádiva Divina! Que tenho muito a agradecer e tão pouco a pedir. Isto faz de mim uma pessoa de muita sorte, não aquela sorte que as pessoas de fora acham que eu tenho, mas a sorte de ter uma fé, quase que inabalável.

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