quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

35 anos para ser feliz (por Martha Medeiros)

35 anos para ser feliz

Bom que eu adoro os textos da Martha Medeiros, isso não é nenhum segredo. Este, recebi por e-mail de uma amiga que também gosta do que Martha escreve. Esse texto vem de encontro com o que escrevi há algum tempo aqui no blog sobre estar perto dos 30 anos...
Achei que valia a pena compartilhar, porque é a mais pura verdade!

Uma notinha instigante na Zero Hora de 30/09: foi realizado em Madri o Primeiro Congresso Internacional da Felicidade, e a conclusão dos congressistas foi que a felicidade só é alcançada depois dos 35 anos. Quem participou desse encontro? Psicólogos, sociólogos, artistas de circo? Não sei. Mas gostei do resultado.

A maioria das pessoas, quando são questionadas sobre o assunto, dizem: "Não existe felicidade, existem apenas momentos felizes". É o que eu pensava quando habitava a caverna dos 17 anos, para onde não voltaria nem puxada pelos cabelos. Era angústia, solidão, impasses e incertezas pra tudo quanto era lado, minimizados por um garden party de vez em quando, um campeonato de tênis, um feriadão em Garopaba. Os tais momentos felizes.

Adolescente é buzinado dia e noite: tem que estudar para o vestibular, aprender inglês, usar camisinha, dizer não às drogas, não beber quando dirigir, dar satisfação aos pais, ler livros que não quer e administrar dezenas de paixões fulminantes e rompimentos. Não tem grana para ter o próprio canto, costuma deprimir-se de segunda a sexta e só se diverte aos sábados, em locais onde sempre tem fila. É o apocalipse. Felicidade, onde está você? Aqui, na casa dos 30 e sua vizinhança.

Está certo que surgem umas ruguinhas, umas mechas brancas e a barriga salienta-se, mas é um preço justo para o que se ganha em troca. Pense bem: depois dos 30, você paga do próprio bolso o que come e o que veste. Vira-se no inglês, no francês, no italiano e no iídiche, e ai de quem rir do seu sotaque. Não tenta mais o suicídio quando um amor não dá certo, enjoou do cheiro da maconha, apaixonou-se por literatura, trocou sua mochila por uma Samsonite e não precisa da autorização de ninguém para assistir ao canal da Playboy. Talvez não tenha se tornado o bam-bam-bam que sonhou um dia, mas reconhece o rosto que vê no espelho, sabe de quem se trata e simpatiza com o cara.

Depois que cumprimos as missões impostas no berço — passamos a ser livres, a escrever nossa própria história, a valorizar nossas qualidades e ter um certo carinho por nossos defeitos. Somos os titulares de nossas decisões. A juventude faz bem para a pele, mas nunca salvou ninguém de ser careta. A maturidade, sim, permite uma certa loucura. Depois dos 35, conforme descobriram os participantes daquele congresso curioso, estamos mais aptos a dizer que infelicidade não existe, o que existe são momentos infelizes. Sai bem mais em conta.

Martha Medeiros

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O que você quer saber de verdade



O que você quer saber de verdade


(Marisa Monte)

Vai sem direção
Vai ser livre
A tristeza não
Não resiste
Solte seus cabelos ao vento
Não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo
No seu peito faz
Faça sua dor dançar
Atenção para escutar
Esse movimento que traz paz
Cada folha que cair
Cada nuvem que passar
Ouve a terra respirar
Pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar
O que você quer saber de verdade

Vai sem direção
Vai ser livre
A tristeza não
Não resiste
Solte seus cabelos ao vento
Não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo
No seu peito faz
Faça sua dor dançar
Atenção para escutar
Esse movimento que traz paz
Cada folha que cair
Cada nuvem que passar
Ouve a terra respirar
Pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar
O que você quer saber de verdade

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A vida é um balão mágico...


Então de vez em quando embarco neste balão mágico chamado vida e ele me transporta para lugares que nem mesmo em sonho poderia me imaginar...
As paradas são inusitadas e ele nem sempre segue o caminho dos ventos... Isso poderia me trazer aquele friozinho na barriga... mas não, muito pelo contrario, ele traz adrenalina, me traz a empolgação da vista do alto, me traz a curiosidade de cada novo pouso...
Este balão mágico traz pra perto de mim pessoas que jamais imaginei que se aproximariam, mas como eu disse: é um balão mágico...
Se embarcarmos nele, nada, nada será previsível...
E ele dá voltas, algumas vezes nos traz de volta a lugares onde já estivemos e deixamos coisas por resolver, mas às vezes os ventos sopram forte e o levam para lugares distantes, terras desconhecidas e sinto o gostinho bom de desbrava-las...
Viver pode ser a aventura de voar em um balão mágico, com a brisa beijando seu rosto, com o sol aquecendo sua pele, com as surpresas do caminho e a incrível sensação de liberdade!
Ah! A liberdade... acho que essa é a parte da viagem que mais gosto!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sobre Deus, família e outras coisas...

Minha analista em nossa última sessão este ano, fez uma retrospectiva de nossas consultas e do que foi o meu ano, ela me disse que, comigo aprendeu muitas coisas e que fui uma das pacientes mais fáceis ao mesmo tempo, pela riqueza de detalhes que passo das situações que relato, a tal ponto que ela conseguisse entrar "no fantástico mundo de Rafa"...
Adoro observar comportamentos, analisar situações e muitas vezes me sinto a própria Amelie Poulain...
No bairro onde moro, estão sendo construídos muitos edifícios novos, então aos finais de semana, toda esquina tem pelo menos umas duas pessoas distribuindo planfletos destes imóveis, nos sinais, o que me revolta é que alguns estão vestidos de palhaços. Palhaços com um sorriso tão triste que consigo sentir a dor deles. Mas foi em um domingo em que eu voltava pra casa depois de um delicioso almoço em um bom restaurante, que vi uma dessas pessoas sentadas nas escadas de um supermercado, comendo seu almoço em um potinho plástico, então Amelie Poulain (eu) fiquei imaginando aquela comida fria, quem havia preparado, provavelmente no dia anterior, pensei que aquele seria um bico que aquela pessoa estava fazendo, para ganhar alguns trocados a mais e conseguir sustentar a família. Voltei pra casa triste...
Quando vim para Curitiba, também fiz alguns bicos pra aumentar a "renda", vendia roupas, bijuterias, trabalhava no final de semana como recepcionista em restaurantes e mais de uma vez comi X-salada de R$ 1,30 porque do contrário não teria dinheiro até o final do mês, foram dias difíceis. Hoje tenho certos confortos que na época não tive, mas trabalhei duro, trabalhei muito para chegar onde estou, mas também acredito que havia sempre um dedinho de Papai do céu nas horas mais difíceis.
Algumas pessoas preferem dizer que temos sorte porque temos uma vida confortável, as pessoas não procuram saber tudo o que passamos até chegar ali... Algumas pessoas costumam jogar em Deus a culpa da vida difícil, eu prefiro acreditar que é Ele que está sempre ao meu lado me ajudando a derrubar cada barreira.
Na última sexta-feira, quando sai do trabalho, tinha que atravessar a BR, com o carro, eu tenho duas opções, entrar na primeira que faz o caminho mais longo, porém que é mais fácil de se entrar e tenho a segunda opção, que é entrar na BR que é muito mais movimentada. Eu sempre faço o caminho da primeira opção. Na última sexta, havia uma carreta carregada com um container ao meu lado, iamos atravessar a primeira BR, minha amiga ao meu lado disse, quando ele (a carreta) for, você vai também. Mas eu não fui, fiquei esperando que ele me deixasse ver os veículos que vinham na BR. Enquanto estavamos ali paradas, vimos a nossa frente um caminhão cortar a frente da carreta e destruí-la! Eu poderia estar ao lado dela, eu poderia não estar escrevendo este post hoje... Mas estavamos lá apenas vendo o que acontecera... O que mais me impressionou foi minha calma, não senti pernas tremendo, não fiquei chocada, vi que estava tudo bem com o motorista e fui para casa... Claro que houve a cautela de minha parte, mais eu, Rafaela acredito que havia no meu carro um passageiro Especial...
Então ontem fui à missa, apenas pedir a Deus, que continue sempre ao meu lado e das pessoas que amo, agradeci pelo quanto ele me abençoou nesse ano inteiro e lamentei por passar este Natal longe da família que amo tanto!
Agradeci porque tenho aqui em Curitiba, também uma família, de amigas, que escutam o relato de um dia ruim, que me abraçam quando quero apenas chorar e não pronunciar nenhuma palavra, que dão risada das besteiras que falo e que se preocupam comigo, nas mais diversas situações...
Então diante disso só posso acreditar que viver é sim uma dádiva Divina! Que tenho muito a agradecer e tão pouco a pedir. Isto faz de mim uma pessoa de muita sorte, não aquela sorte que as pessoas de fora acham que eu tenho, mas a sorte de ter uma fé, quase que inabalável.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Senhor Tempo


Hoje sentada em frente a este Senhor chamado Tempo, que pouco fala e tão bem nos ouve, compreendi que é o silêncio que nos traz as melhores respostas, é o silêncio que ajuda a nos reencontrarmos com nós mesmos...
O Tempo nos ensina a amadurecer e o amadurecimento, por sua vez, nos ensina a paciência...
O Tempo nos ensina que esperar angustiadamente que as coisas aconteçam nos faz perder nossa juventude, nos faz perder a paciência e nos faz perder as pessoas.
Diante deste Senhor, aprendi que há tempo para cada coisa... há tempo em que a alegria habitará nosso coração e há tempo em que ela dará lugar à tristeza, que deve, de vez em quando, nos ocupar para nos mostrar quão importante são os momentos felizes.
Hoje não peço mais ao tempo que passe lento ou passe rápido, mas que passe normalmente, pois aprendi que devo aproveitar a cada segundo, sejam eles os segundos de um sorriso, sejam eles os segundos que irão durar um abraço, sejam eles os segundos, minutos ou horas ao lado de uma boa companhia ou da nossa companhia...
O tempo é sim o Senhor da razão, precisamos aprender com ele... Ansiedade nos traz tristeza e sofrimento, paciência nos traz paz e segurança...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Por Rubem Alves...

Não havíamos marcado hora, não havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o encontro.
Rubem Alves

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mulheres de quase 30 anos (adaptado do texto de Arnaldo Jabor e Honoré de Balzac)



Isto é para as mulheres estão entrando nos 30,
e para todas aquelas que estão com medo de entrar nos 30…
E para homens que têm medo de meninas na faixa dos 30!!!
'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma instrui os homens, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'.
O que mais encanta nas de 30 é que parece que nunca vão perder aquele jeitinho que trouxeram dos 20. Mas, para isso, como elas se preocupam com a barriguinha!
Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas, embora eu nunca tenha visto uma (gazela). Sorriem e olham com uns olhos claros. Já notou que elas têm olhos claros? E as que usam uns cabelos longos e ondulados e ficam a todo momento jogando as melenas para trás? É de matar.


A mulher de 30 ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima. Ela, ao contrário das de 20, nunca ficou. Quando resolve, vai pra valer. Faz sexo como se fosse a última vez. A mulher de 30 morde, grita, sua como ninguém. Não finge. Mata o homem, tenha ele 20 ou 50. E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parecem pele de pêssego, como diria o Machado se referindo a Helena, que, infelizmente, nunca chegou aos 30?

O que mais me encanta nas mulheres de 30 é a independência. Moram sozinhas e suas casas têm ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e um cachorrinho pequeno. Curtem janelas abertas. Elas sabem escolher um travesseiro. E amam quem querem, à hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam. São fortes as mulheres de 30. E não têm pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam.


Fontes:
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,,EPT670368-2813,00.html















quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Outro lugar por Milton Nascimento


Cê sabe que as canções são todas feitas pra você
E vivo porque acredito nesse nosso doido amor
Não vê que tá errado, tá errado me querer quando convém
E se eu não tô enganado acho que você me ama também

O dia amanheceu chovendo e a saudade me contém
O céu já tá estrelado e tá cansado de zelar pelo meu bem
Vem logo que esse trem já tá na hora, tá na hora de partir
E eu já tô molhado, tô molhado de esperar você aqui

Amor eu gosto tanto, eu amo, amo tanto o seu olhar
Andei por esse mundo louco, doido, solto com sede de amar
Igual a um beija-flor, que beija-flor,
De flor em flor eu quis beijar
Por isso não demora que a história passa e pode me levar

E eu não quero ir, não posso ir pra lado algum
Enquanto não voltar
Não quero que isso aqui dentro de mim
Vá embora e tome outro lugar
Talvez a vida mude e nossa estrada pode se cruzar
Amor, meu grande amor, estou sentindo
Que está chegando a hora de dormir.